Desde a pandemia, o tema saúde mental vem se destacando. Gosto de lembrar que apesar do nome, não são coisas separadas e cuidar da “saúde mental” nada mais é do que cuidar da saúde.
Apesar do destaque dos últimos anos, vale ressaltar que desde a antiguidade, sociedades como os egípcios, gregos e romanos já reconheciam estados mentais alterados. Hipócrates (460–370 a.C.) foi um dos primeiros a propor que doenças mentais tinham causas naturais, e não sobrenaturais, ligadas ao desequilíbrio dos “humores” do corpo. Durante a Idade Média, doenças mentais eram frequentemente vistas como possessões demoníacas, e os tratamentos eram baseados em exorcismos e isolamento. No Renascimento (séculos XV-XVI), surgiram os primeiros hospitais para tratar pessoas com transtornos mentais, mas os métodos ainda eram rudimentares.
No século XX, o desenvolvimento da psicologia comportamental e da psiquiatria moderna ajudou a estruturar a saúde mental como campo científico. Após a Segunda Guerra Mundial, a Organização Mundial da Saúde (OMS), criada em 1948, incluiu a saúde mental como parte fundamental da definição de saúde. Atualmente, a saúde mental é vista de forma mais ampla, incluindo não apenas doenças psiquiátricas, mas também o bem-estar emocional, psicológico e social. Há um foco crescente em prevenção, autocuidado e políticas públicas voltadas para o tema.
Ou seja, o conceito de saúde mental evoluiu ao longo da história, deixando de ser apenas uma questão médica para se tornar uma preocupação global e interdisciplinar, o destaque do tema é um ganho que tem sido crescente nos últimos tempos, trazendo acessibilidade ao tema e viabilizando o acesso aos cuidados e também a informação de qualidade possibilitando psicoeducação, o que também incentiva as empresas a adotarem posturas mais humanizadas e comprometidas com a saúde de seus colaboradores.
A saúde mental dos colaboradores é um fator essencial para o sucesso e a sustentabilidade das empresas. Ambientes de trabalho que promovem o bem-estar psicológico tendem a ser mais produtivos, inovadores e harmoniosos. Por outro lado, a negligência nesse aspecto pode levar a altos índices de absenteísmo, presenteísmo (quando o colaborador está fisicamente presente, mas com desempenho reduzido), afastamentos por doenças psicológicas e até processos trabalhistas.
Investir em uma saúde de qualidade gera inúmeros os ganhos e benefícios, entre eles, destaco:
Aumento da produtividade
Colaboradores que se sentem mentalmente saudáveis têm mais motivação e concentração, resultando em maior eficiência no trabalho. Ambientes de alta pressão sem suporte emocional podem gerar ansiedade e queda de desempenho.
Redução do absenteísmo e afastamentos
Transtornos como ansiedade e depressão são algumas das principais causas de afastamento do trabalho. Políticas preventivas, como programas de apoio psicológico, podem reduzir esses índices e manter a equipe engajada.
Melhoria do clima organizacional
Uma empresa que valoriza o bem-estar mental dos colaboradores cria um ambiente mais colaborativo, reduzindo conflitos e estimulando relações saudáveis entre os membros da equipe.
Atração e retenção de talentos
Profissionais qualificados buscam empresas que ofereçam um ambiente de trabalho saudável. Organizações que priorizam a saúde mental tendem a reter talentos e reduzir a rotatividade de funcionários.
Cumprimento de normas e certificações
Com leis e certificações cada vez mais voltadas ao bem-estar dos trabalhadores, como o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental, investir na saúde psicológica dos colaboradores se torna não apenas uma vantagem, mas uma necessidade estratégica.
Existem diversas maneiras de promover a saúde mental, as mais comuns são:
- Criar programas de apoio psicológico, como atendimento psicológico e canais de escuta ativa;
- Capacitar líderes para identificar sinais de sofrimento emocional e oferecer suporte adequado;
- Estabelecer políticas de flexibilidade no trabalho, como home office e horários flexíveis;
- Promover uma cultura organizacional inclusiva, que combata o assédio e a discriminação;
- Incentivar pausas, atividades físicas e momentos de descontração no ambiente de trabalho.
Empresas que investem na saúde mental não apenas melhoram o desempenho e a satisfação de seus colaboradores, mas também constroem um ambiente corporativo mais sustentável e competitivo. Cuidar das pessoas é, acima de tudo, um investimento no futuro da própria organização.