Ser mulher é desafiador desde sempre. Ainda lutamos por coisas tão simples, contudo, não menos importantes. A mulher deve ser protagonista da sua vida, e poder escolher o caminho que quer trilhar. Entretanto, desde os primórdios, a sociedade ditou que a mulher deveria casar, ter filhos e cuidar da casa e do marido. Uma boa mulher era submissa e totalmente dependente do marido.
A partir de 1960, com a contracepção e a revolução cultural, as mulheres conquistaram alguns direitos, foram à luta, estudaram, saíram de casa e decidiram tomar as rédeas da própria vida. Novas leis contribuíram para a igualdade de gênero, abordando questões como igualdade profissional e violência doméstica.
Apesar das mudanças e progressos, os desafios persistem, incluindo disparidades salariais e violência de gênero. A mulher ainda luta para provar que é igual ao homem enquanto indivíduo, e até mesmo em empresas femininas a liderança masculina impera. De acordo com dados do site Brasil Escola, a participação da mulher no mercado de trabalho saltou de 34% em 1990, para 54,3% em 2019, e a maioria dessas mulheres cuidam financeiramente de suas famílias.
Uma das mais assertivas escolhas da mulher em busca da sua liberdade emocional, psicológica e financeira foi empreender, para que não precisar mais se manter em relacionamentos violentos, abusivos. A partir dessa autonomia, a mulher criou suas próprias condições de, sozinha, sustentar seus filhos e buscar independência, além da sobrevivência digna.
Hoje, o Brasil ocupa a 7ª posição de país com maior número de mulheres empreendedoras. São mais de 32 milhões de mulheres, o que representa 46 % dos empreendedores iniciantes. Da fatia feminina, 49% delas são chefes de família. (Dados SEBRAE, 2021)
Quando essas mulheres empreendem, existe força, objetivo e muita dedicação. Porém, ela não vai conseguir eliminar as tarefas da casa, dos filhos, da família. Nasce uma empresária e surge os desafios de uma dupla jornada. Fato sim, muito diferente para os homens. Alguns desafios atingem todos os gêneros, como alta carga tributária, burocracia, obtenção de crédito, inovação, marketing e vendas, gestão financeira entre outras.
Mas alguns desses desafios são historicamente vivenciados por quem émulher empreendedora, como citado pelo próprio SEBRAE:
1) Falta de apoio do parceiro;
2) Acesso à educação financeira;
3) Gerenciamento de tempo eficaz para equilibrar vida pessoal e negócios;
4) Representatividade feminina no setor que a mulher deseja empreender, saber como alguém fez ou faz algo traz segurança e admiração;
5) Autocobrança e Autoconfiança porque somos cobradas e comparadas o tempo todo, temos sentimento de que precisamos fazer “mais e mais” alcançar o que queremos;
6) Acesso a mentorias e grupos de mulheres onde possam se apoiar e compartilhas experiências;
7) Etarismo – e junto os preconceitos com estética e idade da mulher como entrave ao seu desempenho;
8) E, claro, a maternidade! Aquela que impulsiona o trabalho, muitas vezes é vista como vilã, e até esquecida! As culpas surgem, ou porque trabalha muito para atender as demandas da família, ou porque pensa na família e não se lança ousamente aos seus negócios.
O apoio ao empreendedorismo feminino e à diversidade no universo dos negócios só trará benefícios, igualdade e equilíbrio. “Porque quando uma mulher empreende, ela gera emprego e renda, faz a economia girar e encoraja a participação de outras mulheres nos negócios”, como bem é ressaltado pelo “SEBRAE Delas” – programa do SEBRAE que apoia as mulheres que empreendem, ou querem empreender.